Isso o que temos chamado nova política tem vindo a consolidar na sociedade espanhola através de conceitos que, de alguma forma, deslocam as noções tradicionais de esquerda e de direita. Como mínimo, zarandean seu significado. É por isso que um livro como o de Carole Biewener e Marie-Hélène Bacqué ( O empoderamento.
será que Estamos realmente diante de um modelo de emancipação? O que tem que ver o empoderamento com o progresso social? É, no entanto, as lutas feministas dos anos setenta, onde o termo adquire toda a força. As mulheres já não se reivindicarán a si mesmas a partir das representações victimizantes, mas que leva em conta a capacidade de produzir mudanças significativas. Passamos a dominação da competência, do poder sobre o poder ou o poder.
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Algo parecido acontece durante essa década com os movimentos que reivindicam os direitos daqueles grupos marginalizados até então: homossexuais, negros, etc. Há, pois, uma verdadeira revolução no que tem que ver com a politização do social. O pessoal é, já, político. Biewener e Bacqué se perguntam por que um termo que desde há quase cinquenta anos é utilizado com freqüência no mundo anglo-saxão, o empowerment, demora tanto para chegar a países como a França (que prefere falar de capacitation).
A noção é profundamente polisémica e, por isso, a tradução não é simples. Mas é certo que se tem vinculado o empoderamento com um modelo de democracia participativa, refere-se, como mínimo, a duas dimensões: o poder mesmo, mas também ao processo de aprendizagem para aceder a ele. Falamos, então, de um estado e de uma ação. Veremos que se trata de uma palavra utilizada tanto pela esquerda como pelo neoliberalismo. Daí as possíveis confusões ao identificá-la, exclusivamente, com o que aqui temos chamado nova política.
Mas o certo é que nasce e cresce para pensar e repensar modelos de intervenção face às práticas hierárquicas e desiguais. Marie-Hélène Bacqué, uma das duas autoras deste ensaio, é especialista em urbanismo e professora da Universidade de Paris Ouest-Nanterre. Também nesta disciplina o empoderamento permitiu uma mudança de paradigma. Como repensamos nossas cidades? Como o fazemos em comum? A outra autora, Carole Biewener, professora de Economia e de Estudos de Género do Simmons College de Boston, narra a implantação deste termo das reivindicações feministas. Como abordar o papel da mulher em um mundo que nega as desigualdades de gênero?
as Duas pesquisadoras citam a Saul Alinsky (1901-1972) como o pai de tudo o que foi denominado community organizing. O sociólogo de Chicago promoveu diversas iniciativas de contrapoder em bairros mais pobres, e as suas duas obras, Reveille for radicals e Rules, se tornaram uma verdadeira transformação nas dinâmicas do trabalho social.