‘Happymanía’: Como A Felicidade Se Tornou Uma Obsessão

‘Happymanía’: Como A Felicidade Se Tornou Uma Obsessão

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Se a depressão é a doença do novo século, a felicidade tornou-se um suculento negócio. A opinião de Mamen Mendizábal: “Felicidade robô”. “A felicidade só será possível se a construirmos sobre os pilares do diálogo e da inclusão”, fez o homem há poucas semanas. E o homem não era um pensador, ou um psicólogo, nem um sociólogo. O homem era um senhor cinzento e o que poucos identificarían com um conceito tão buenista como o da felicidade.

Era o presidente de um Governo. O líder do PP não foi o único político que tem tratado o termo recentemente. Há algumas semanas, o primeiro-ministro dos Emirados Árabes, Sheikh Mohamed ben Rashid Al Maktoum, sorrateiramente na imprensa internacional ao criar o Ministério da Felicidade. Seu objetivo: gerar no país “bondade social e satisfação como valores fundamentais”.

Mas acho que o anúncio fosse uma cortina de fumaça para cobrir a queda do preço do petróleo. O que tem acontecido no mundo, para que, de repente, uma idéia tão abstrata e ligada à individualidade passe a fazer parte dos desvelos e as promessas dos governos? Ou que tenha saltado do final dos contos para crianças aos serviços de estudos dos bancos e os laboratórios mais avançados? Desde há alguns anos, a felicidade o inunda tudo: os simpósios científicos nas listas de livros mais vendidos. Se alguém tem câncer, tendemos a dizer que lidar com o terrível bom humor, se traduzirá em saúde.

Ao mesmo tempo, temo-nos empenhado em criar uma história feliz de nossas vidas nas redes sociais. Essas histórias revelam uma mudança no conceito de felicidade, talvez o desejo mais antigo da humanidade. Os laboratórios são a prova tangível do crescente interesse pela felicidade. Ou seja, esse setor tem se multiplicado por cem, segundo calcula Ed Diener, psicólogo da Universidade de Virgínia e conhecido no mundo como Doutor Felicidade.

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Outro sintoma: a enxurrada de manchetes de jornais sobre o tema. Esses dias, vários artigos analisaram o interesse das empresas por medir a felicidade de seus funcionários. Mais para baixo, várias publicações diseccionaban as cinco chaves da felicidade de acordo com a Universidade de Harvard. No total: 516.000 resultados nesta secção do mapa.

O fenômeno também é reproduzido nos livros. A Amazon oferece mais de 4.000 volumes em português sobre o tema. Não só nos ajudam a nos tornarmos seres alegres, mas para identificar os miseráveis. O ensaio Gente tóxica, de Bernardo Stamateas, já vendeu mais de 500.000 exemplares. Todos estes números dão origem a uma nova rajada de perguntas o

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Joana

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