O GARLOCHI IS DIFFERET

O GARLOCHI IS DIFFERET

O GARLOCHI IS DIFFERET 1

quero-Vos falar de um bar sevilhano, o que muito de vocês conhecerão desde há algum tempo, e outros, como eu, tereis passado centenas de vezes por sua porta sem ver nada do que se passa lá dentro: o Garlochi. Tenho de admitir que minha visita a esse lugar me impressionou bastante, calándome de um modo similar ao que me causou o programa apresentado por teve seu melhor Ferreño Futebol e Famosos. De passagem, quero pedir perdão a todos os nossos leitores confrades ou amantes de imagens religiosas diante do meu total desconhecimento do tema e as pifias que a certeza que cometeré.

Eu tenho que remontar a uma fria noite festiva, onde um amigo nos convidou a visitar aquele canto de sevilha, onde se respira o surrealismo profundamente. Nada mais subir as escadas já começou a fascinarme desse bar, já que o patamar havia, nada mais e nada menos, do que uma imagem religiosa que representava um nascimento. Na época, eu disse a mim mesmo: “um bar que se introduz com imagens religiosas, que grande!”.

Uma vez dentro eu impregné do intenso cheiro a incenso, enquanto que um descrente e sem fala observava a decoração de tão peculiar negócio da restauração. Imagens-de-Semana Santa por todos os lados em todos os tipos de formatos, incrivelmente kitsch. É tudo tão organizado que torna inevitável que se possa concentrar em outra coisa.

A clientela que eu achei que não ia ficar para trás. Estava constituída por homens e mulheres de, no mínimo, de 50 anos e tem uma brilhante alopecia no caso dos homens. Surpreendentemente, a música escolhida pelo Dj Garlochi não estava em consonância com a decoração do bar, nem muito menos.

Em um primeiro momento, soou Luz Casal e, logicamente, o que pegou nosso sentido visual não guardava qualquer relação com o auditivo, aumentando, dessa forma, o elevado grau de surrealismo que já por si se vivia. Mas o melhor foi quando começaram a colocar temazos de final de hoje, como “As flechas do amor”, “A”, “Black is black”, “Procurando no baú de memórias” ou “diga-me”. Nesses momentos, os clientes do estabelecimento reverdeceram velhos louros e mover o esqueleto, que nem John Travolta em Febre de sábado à noite. Sangue de Cristo, e a Água de Sevilla está ganhando um merecido renome pelo mero fato de se chamar assim.

Terríveis. Então, podemos estar satisfeitos ou não com o seu sabor, mas é inegável que estar tomándote uma “Água de Sevilha” é uma sensação mais profunda do que fazê-lo com uma cerveja ou um refrigerante. Particularmente prefiro o Sangue de Cristo, o doce sabor que facilita a ingestão e o recipiente em que se serve, que se assemelha a um cálice. Além dessas duas peculiaridades, dentro do bar pode ser bebido quase qualquer coisa, como em todos os lugares. É um tanto chocante que o Garlochi a gente beber álcool e fumar tabaco enquanto conversam tranquilamente.

Virgens e Cristos, em uma atmosfera que representa uma amálgama de Cruzcampo, espetos de omelete, palavrões conversas sexuais, tauromaquia e tertúlias de futebol que faz parte da idiossincrasia de Sevilha. Até certo ponto, ter imagens religiosas em um bar não é tão improvável. O que realmente te deixa pasmo é a forma em que muitos elementos aparecem, como coroando uma caixa registradora de cerca de 70 anos de idade.

  • Salada Russa Duas Cores comentou
  • Cidade iberorromana de Cástulo
  • Comentarios19
  • No Trono do Monte, a igreja de São Vicente
  • Lâmpadas: curiosos recipientes
  • 03 outubro 2013 | 12:54

no entanto, fico com a exaltação de uma taça de Sangue de Cristo, que poderia muito bem passar por fazer parte do cenário de um filme de David Lynch. O Garlochi, no entanto, é algo de único em Sevilha e, com certeza, este planeta. Foram muitas as publicações nacionais e internacionais que se têm interessado por este bar.

Não é para menos. Há que dar os parabéns ao dono do Garlochi por montar semelhante negócio há quase 30 anos, onde leva sua paixão ao limite para provocar sensações diferentes de acordo com o visitante. Com certeza, este bar teria os dias contados se desenvolvesse a sua actividade em outra cidade ou o seu tema virasse em torno de uma outra religião, mas isso é Sevilha. Haverá quem se beba um cubata tranquilamente e que seja uma hora inteira absorto por tentar assimilar onde se encontra. Como sevilha, devemos sentir-nos orgulhosos do Garlochi.

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Joana

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