Transparente e brilhante, símbolo de status e poder, desde tempos imemoriais, o diamante é o mineral mais duro do planeta e o melhor condutor térmico. Além de suas qualidades físicas, poucos objetos têm o poder de fascínio que exerce sobre o ser humano esta pedra preciosa gerada há biliões de anos no interior da Terra. Depois da tempestade, os dilemas éticos e uma enorme investimento em publicidade positiva, veio a calma. O diamante recuperou sua tendência de alta, após a assinatura do Processo de Kimberley, em 2000, um sistema de certificação que visa garantir ao consumidor que os diamantes que adquire em sua jóia não provêm de países em conflito.
DeBeers, Alrosa, Rio Tinto e as outras companhias que dominam o mercado são as há muito felizes. Mas agora este negócio enfrenta um desafio ainda maior: o boom dos diamantes produzidos em laboratório. Com as mesmas propriedades óticas, físicas e químicas que os naturais, sua decolagem coloca em risco um negócio que move 75.000 milhões de euros por ano.
Diante de tal panorama, DeBeers acaba de lançar a sua própria empresa de diamantes sintéticos (Lightbox). Para muitos analistas, se caracteriza como uma medida quase desesperado: puxar os preços até os 800 dólares o quilate para quebrar o mercado. O gemmologist Egor Gavrilenko recebe PAPEL no laboratório de Análise e Certificação de Gemas do IGE (Instituto Gemológico Português), que ele mesmo dirige, para tratar as chaves de um assunto que traz ao setor da cabeça. Gavrilenko e sua equipe se encarregam de analisar as peças que lhes trazem, avaliar sua qualidade e a certificação de sua origem. Há alguns meses, o trabalho se intensificou.
O gemmologist mostra as ferramentas de seu dia-a-dia (várias delas fabricadas pela própria DeBeers) com a mesma precisão com que se usa a pinça para tirar e guardar as pedras, algumas delas pequenas. Apesar de que o alarme é mais ou menos recente, o boom do diamante sintético não é exatamente novo. Agora mesmo o diamante sintético representa menos de 1% do mercado global. De acordo com DeBeers, a intenção de sua filial Lightbox é vendê-los soltos ou já engastados em jóias muito acessíveis a pessoas que nunca foram capazes de dar um capricho semelhante. Também é marcante o fato de que utilizem o mesmo preço por quilate para as pedras pequenas e grandes.
também Não formados a qualidade dos diamantes sintéticos. Trata-Se de uma estratégia muito diferente da que seguem com o diamante natural, onde os preços por quilate vão em aumento exponencial para pedras grandes e limpos. Associando o sintético a bijouterias, pretendem afundar os preços para deixar intacto o nicho de luxo do natural. Egor. “E o natural, como é um produto escasso e finito, seguirá o seu trem de preços de sempre. É algo que já aconteceu com rubis, safiras e esmeraldas, que contam com seus análogos sintéticos”.
A manobra definitiva para acabar com a concorrência? Não está tão claro. Por trás das guerras, da Serra Leoa, Angola, Libéria, Costa do Marfim, Guiné, Zimbábue, encontram-se, tão brilhantes e perfeitos, os diamantes. Por trás de crianças soldado, as condições de semi-escravidão, as mutilações e estupros, participaram empresas, governos corruptos e grupos rebeldes que mudavam diretamente gemas em bruto por armas. Marlow em O coração das trevas. Após a entrada em vigor do Processo de Kimberley, assinado por 49 países sob o amparo das Nações Unidas e da ONG Global Witness, menos de 1% dos diamantes que chegam ao consumidor final podem ser classificados como de sangue. Mas a realidade é teimosa e a ganância ilimitada.
Existem suficientes controles para que a compra e venda não ocorra em países terceiros, e, depois de passar por oficinas de escultura de Índia, chegar à bolsa de Antuérpia com o certificado correspondente? A própria Global Witness, retirou-se do tratado em 2012, acusado de cumplicidade com as empresas na lavagem de pedras preciosas e o seu uso para financiar regimes autoritários como o Botswana, o país com maiores depósitos.
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E aqui, neste taxonomia moral e económico, é onde entram em jogo outras empresas, como a Diamond Foundry, uma empresa incubada no Vale do Silício, que pretende fazer frente a gigantes como DeBeers apostando origem limpo do diamante sintético. Como o Jordan Belfort, que interpretou em O lobo de Wall Street, Leonardo DiCaprio também tem olho para os negócios, sempre com álibi sustentável.
Ele é um dos principais acionistas de uma companhia que confirma, em palavras de seu CEO Martin Roscheisen, o crescimento da demanda no último ano: “Nossa produção e vendas quase dobraram em cada quadrimestre”. A concorrência é feroz e Roscheisen, não se anda por ramos.
Outras empresas, como a Swarovski apostam na coexistência do natural e o sintético, com linhas bem diferenciadas, mas com a mesma marca. Porque o que realmente está em jogo é a aura quase mágica que envolve uma pedra outrora somente ao alcance da realeza e da alta burguesia.